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quinta-feira, 9 de março de 2017

A igualdade de género

Ontem, dia internacional da mulher, estive presente num debate no Ministério da Economia, onde se falou de igualdade ou, na verdade da desigualdade que ainda se vive entre mulheres e homens no nosso quadro empresarial.





Numa altura em que temos o tema das quotas obrigatórias nas empresas públicas e nas maiores empresas privadas, está para avançar, o cenário ainda está muito longe de ser o ideal. Quando sabemos que a maioria dos alunos que ingressam no ensino superior são mulheres, temos que nos perguntar o que lhes acontece, pois do tecido empresarial global apenas 42% são mulheres (dados Informa de Março 2017, relativos a 2016). Claro que, à medida que vamos subindo na hierarquia, a percentagem de mulheres vai diminuindo drasticamente para apenas 29% nos cargos de liderança da empresa.

Mas serão as quotas a solução?

Para mim não, até porque sendo impostas poderão obviamente criar grandes injustiças e pôr em causa a meritocracia.
Pegando num exemplo que o próprio ministro da economia deu ontem, na dita conferência, quando no livro Outliers se fala da equipa de hóquei no gelo, que sendo a seleção feita totalmente por meritocracia de meninos de 6 anos (tendo como base o ano civil de janeiro a dezembro), o resultado foi que 95% dos escolhidos são do primeiro quarter do ano (de janeiro, fevereiro, março e abril). Porquê? Porque nestas idades, a diferença de vários meses no crescimento, tem uma repercussão grande em termos de desempenho físico e por isso os meninos de janeiro, tendo mais 11 meses que os meninos de dezembro, são tendencialmente muito mais aptos.

Claro que ao longo dos anos esta diferença se vai atenuar ou até desaparecer e por isso a seleção aos 6 anos, dando-lhe depois condições de treino totalmente diferenciadas que condicionam o desenvolvimento das habilidades, está a tirar às crianças da segunda metade do ano a possibilidade de competirem em igualdade de circunstancias. 
E qual a solução para isto? Será que impôr as quotas por mês (ex: 2 jogadores de cada mês), iria tornar o processo mais justo? Claro que não pois poderia haver 3 meninos fantásticos de fevereiro e em abril nem ter nenhum tão bom assim...

Provavelmente teria que se ter trabalhado os critérios de seleção para que o grau de desenvolvimento físico, fruto do estágio de crescimento, não fosse tão importante...

E com as mulheres penso que é a mesma coisa... penso que a mentalidade da sociedade, e das mulheres em particular, é que deveria ser trabalhada. E trabalhada de uma forma muito profunda para que seja totalmente mudada, para que as mulheres percebam realmente que são iguais e que têm os mesmos direitos e as mesmas obrigações que os homens.

Da minha experiência enquanto coach de mulheres, e também das mulheres líderes que ontem estavam sentadas à minha volta, posso dizer, com toda a certeza, que as mulheres ainda não se libertaram do estigma que são solitariamente responsáveis pela casa, pelos filhos, pela cozinha, pela arrumação, pelas compras para a casa, etc.

Ontém também se falou no debate de um ponto muito importante, os homens em casa têm que partilhar todas as obrigações e não apenas ajudar. 

PARTILHAR!!!


Pois é, os filhos, a casa e tudo o resto são obrigações do casal, não apenas da mulher. A não ser que ela assim queira...

Todas as decisões de quem cuida do quê e quando, devem ser tomadas em dupla (assumindo obviamente que estamos a falar de mulheres casadas), e devem nestas negociações manter a vossa vontade. Nós temos direito a ser respeitadas em casa, temos direito a ter as nossas ambições profissionais, temos direito a querer ir jantar com as amigas, temos direito a ir ao ginásio, etc...

Das minhas clientes esta é realmente a maior dificuldade e que, na verdade, acaba por limitar muitas vezes a sua vida profissional: " Ah não posso porque tenho que ir buscar os meninos", "quando eles ficam doentes sou sempre eu que tenho que ir para casa", "hoje tenho que chegar mais tarde porque vou à escola da minha filha"... Então e o pai? O pai não pode porque está a trabalhar...

Nos meus processos de coaching tenho conseguido resolver estas dificuldades, até porque na maior parte dos casos os maridos aceitam muito bem os direitos das mulheres, desde que elas os reinvidiquem... a mulher é que tem dificuldade em se encontrar, em impor os seus limites, e equilibrar o que quer fazer com o que sente que tem que fazer. 
Os estigmas da sociedade, os exemplos ancestrais das mulheres cheias de obrigações familiares, têm ainda um grande reflexo na nossa sociedade de hoje e que impede a mulher de realmente ser profissionalmente igual aos homens.

Vamos lutar contra esta nossa ideia, e tenho a certeza que mesmo sem quotas o tema avançaria. As mulheres têm capacidades únicas, muito próprias e que podem ser muito úteis às empresas. 
Já há indicadores para comprovar que as gestões mistas têm mais sucesso que as de um género só e, por isso, com o tempo, e com a mudança de mentalidades, tudo vai evoluir no sentido da igualdade de género nas empresas.

E se entretanto precisares da minha ajuda para fazer a mudança da tua mentalidade, cá estarei.

Mariana Lima

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